terça-feira, 26 de julho de 2011

Reportagem sobre Esmaltes no UOL.

26/07/2011 - 07h00

Tendências internacionais ainda ditam ritmo da indústria brasileira de esmaltes

ISABELA LEAL
Colaboração para o UOL
Cores inusitadas, efeitos psicodélicos, muitas marcas novas no segmento e até fama de acessório indispensável. Nos últimos cinco anos aconteceu uma revolução no mercado de esmaltes que os colocou pra valer no mundo da moda e da beleza. Antes restritos aos nudes e vermelhos, os frascos agora oferecem uma infinidade de cores e estilos – com brilho, sem brilho, metálicos, flocados, holográficos, duocromáticos e craquelados. Outra coisa que chama a atenção é a velocidade com que as marcas brasileiras acompanham as cores e tendências dos importados. Prova disso foi o lançamento do esmalte verde militar da Colorama que chegou ao varejo poucos dias antes do Khaki Vert da Chanel, em 2010.

Todas essas transformações indicam que os esmaltes nacionais podem ser competitivos e agradar às consumidoras mais atentas ao que acontece no mercado mundial, mas ainda há uma preferência esmagadora pelos vidrinhos que vêm de fora. “De dez clientes que atendo, oito usam esmalte importado. É uma pena porque nossos esmaltes são excelentes", afirma a manicure Carmen Lúcia Luiz, do salão MG Hair Design, de São Paulo.
Entre as aficionadas por esmaltes, a qualidade dos nossos vidrinhos, quando comparados com os de fora, divide opiniões. “A cartela de cores dos importados é imbatível, uso muito mais os de fora, mas quando escolho um nacional sempre tenho a sensação de que o mercado daqui está se aprimorando, inovando e começa a acompanhar as cores dos produtos de outros países”, acredita a consultora de imagem Lilian Riskalla, apaixonada por esmaltes.
Camila Zatz, do blog Loucas por Esmalte, tem opinião diferente. “Nãoacho que o Brasil acompanhe as tendências. É verdade que as nossas marcas copiam as cores e estilos de fora, mas sempre com grande atraso. Até acontece de alguns produtos serem lançados aqui e lá fora simultaneamente, mas é muito raro”, diz. Sua colega, a blogueira Mônica Araujo, do 9ml, endossa a tese. “As empresas nacionais realmente acompanham o que é lançado lá fora, mas de forma lenta. Mas é relativo. Ao mesmo tempo em que algumas marcas nacionais fazem lançamentos quase que simultâneos – como foi o caso do Militar da Colorama com o Khaki Vert da Chanel – existe uma dificuldade de produzir aqui os holográficos, que já são tendência há algum tempo”, afirma a blogueira, que acredita que algumas empresas consagradas, como a Chanel, serão copiadas eternamente pelas brasileiras.
Já para a manicure Carmen Lúcia, do MG Hair Design (SP), o grande problema dos nossos esmaltes é a embalagem. “Na hora de escolher, as mulheres escolhem pelo frasco. Outro dia sugeri para uma cliente uma marca brasileira, que tem uma qualidade excelente, e ela me respondeu: ‘nem pensar, eu não vim aqui para usar isso’”, conta relatando o preconceito com as embalagens mais simples. A manicure, que faz uma média de 20 mãos por dia, aponta outros dois grandes defeitos dos esmaltes nacionais: o pincel, que segundo ela tem poucas cerdas e é muito mole, e a consistência. “São muito ralos, poderiam ser mais grossos. Isso exige que se pinte com várias camadas e acaba formando uma plataforma que deixa o esmalte mais frágil, qualquer coisinha lasca. Os importados são bem mais pastosos, tem marca que uma camada basta”.